Muitas vezes o Senhor permite a provação em nossas vidas com objetivo de nos aperfeiçoar. Esse segundo esboço de pregação, baseado no livro de Jonas, aborda a misericórdia de Deus em meio à provação, e como isso pode afetar as nossas vidas.

Texto chave: Jonas 3:1 - 4:11

Objetivo da pregação: Levar os ouvintes à decisão de quererem assimilar em suas vidas o caráter misericordioso de Deus, de modo a se livrarem da sutileza maligna do legalismo que destrói seus relacionamentos.

Tema: A Misericórdia de Deus na Provação

Introdução

1. O Contexto da Mensagem Anterior: Jonas 1 e 2

  • Deus chama Jonas para pregar em Nínive.
  • A desobediência de Jonas: ele foge da presença do Senhor.
  • Uma grande tempestade atinge o navio e Jonas é lançado ao mar.
  • Jonas é engolido por um peixe e se arrepende.
  • O peixe vomita Jonas em terra firme.

Jonas 3:1-10

1 A palavra do Senhor veio a Jonas pela segunda vez, dizendo:
2 Levante-se, vá à grande cidade de Nínive e pregue contra ela a mensagem que eu lhe darei.
3 Jonas se levantou e foi a Nínive, segundo a palavra do Senhor. Ora, Nínive era uma cidade muito importante diante de Deus; eram necessários três dias para percorrê-la.
4 Jonas começou a percorrer a cidade caminho de um dia, e pregava, dizendo: Ainda quarenta dias, e Nínive será destruída.
5 Os ninivitas creram em Deus. Proclamaram um jejum e vestiram roupa feita de pano de saco, desde o maior até o menor.
6 Quando esta notícia chegou ao rei de Nínive, ele se levantou do seu trono, tirou os trajes reais, cobriu-se de pano de saco e sentou-se sobre cinzas.
7 E mandou proclamar e divulgar em Nínive o seguinte: Por mandado do rei e dos seus nobres, ninguém, nem mesmo os animais, bois e ovelhas, pode comer coisa alguma; não lhes deem pasto, nem deixem que bebam água.
8 Todos devem ser cobertos de pano de saco, tanto as pessoas como os animais. Então clamarão fortemente a Deus e se converterão, cada um do seu mau caminho e da violência que há nas suas mãos.
9 Quem sabe? Talvez Deus se volte e mude de ideia, e então se afaste do furor da sua ira, para que não pereçamos.
10 Deus viu o que fizeram, como se converteram do seu mau caminho; e Deus mudou de ideia quanto ao mal que tinha dito que lhes faria e não o fez.

2. Argumentação:

  • Palavra do Senhor veio a Jonas novamente e desta vez ele obedece à ordem de Deus: v. 1-3a
  • Nínive era uma cidade grande, eram necessários três dias para percorrê-la: v. 3b
  • Jonas percorreu a cidade durante um dia anunciando que em quarenta dias a cidade seria destruída:
  • Os ninivitas creram em Deus e se arrependeram: v. 5
  • Até mesmo o rei se humilhou diante da mensagem: v. 6
  • Foi promulgado pelo rei um jejum coletivo abrangendo até os animais, onde todos deveriam se cobrir de pano de saco, clamar a Deus, abandonar os seus maus caminhos e a violência, de modo a alcançar o perdão do Senhor: v. 7-9
  • Deus, então, perdoa os ninivitas e não destrói a cidade: v. 10
  • No entanto, isso desagradou profundamente a Jonas.

Jonas 4:1

Mas Jonas ficou muito aborrecido e com raiva.

  • Porque Jonas ficou tão irado?
  • Jonas era um nacionalista e Nínive estava no topo da lista dos inimigos de Israel.
  • Ele estava tendo uma atitude legalista em relação aos inimigos do seu povo.
  • Jonas não aceitava o caráter misericordioso de Deus.
  • O seu orgulho o impedia de ser misericordioso.
  • Por isso, Deus prova novamente o profeta.

3. Ideia principal:

A provação é uma grande oportunidade para abandonar o orgulho e assimilar o caráter misericordioso de Deus, que pode nos livrar de uma atitude legalista na relação com as pessoas que convivemos.

Algumas características do legalismo:

I. O legalismo nos conduz a um estado de vitimização

Jonas 4:2-3

2 Ele orou ao Senhor: Senhor, não foi isso que eu disse quando ainda estava em casa? Foi por isso que me apressei em fugir para Társis. Eu sabia que tu és Deus misericordioso e compassivo, muito paciente, cheio de amor e que prometes castigar, mas depois te arrependes.
3 Agora, Senhor, tira a minha vida, eu imploro, porque para mim é melhor morrer do que viver.

  1. Jonas justifica sua fuga anterior: v. 2a
  2. Ele sabia que Deus tem um caráter misericordioso, compassivo, paciente e cheio de amor: v. 2
  3. O legalismo de Jonas o conduziu a um estado de vitimização: v. 3
  4. Ele prefere morrer a ver seus inimigos sendo perdoados pelo Senhor.

II. O legalismo se manifesta em forma de rebeldia

Jonas 4:4-5

4 O Senhor lhe respondeu: Você tem alguma razão para essa fúria?
5 Jonas saiu e sentou-se num lugar a leste da cidade. Ali, construiu para si um abrigo, sentou-se à sua sombra e esperou para ver o que aconteceria com a cidade.

  1. O Senhor confronta Jonas com uma pergunta: v. 4
  2. Jonas ignora a pergunta do Senhor e insiste, diante de Deus, na destruição da cidade: v. 5
  3. Senta-se para observar o que aconteceria com a cidade, ainda na expectativa de que Deus exerça o juízo.
  4. Ele deseja a destruição dos ninivitas.
  5. A falta de misericórdia, muitas vezes, é fruto de um coração rebelde.

III. O legalismo nos torna extremamente egoístas

Jonas 4:6

Então o Senhor Deus fez crescer uma planta sobre Jonas, para dar sombra à sua cabeça e livrá-lo do calor, o que deu grande alegria a Jonas.

  1. O Senhor fez nascer uma planta sobre a cabeça de Jonas para aliviá-lo do calor: v. 6a
  2. A planta que beneficiava somente a Jonas trouxe grande alegria para ele: v. 6b
  3. Jonas age como uma criança mimada que só pensa nos seus interesses.

IV. O legalismo é uma tentativa de auto justificação

Jonas 4:7-9

7 Mas na madrugada do dia seguinte, Deus mandou uma lagarta atacar a planta e ela secou-se.
8 Ao nascer do sol, Deus trouxe um vento oriental muito quente, e o sol bateu na cabeça de Jonas ao ponto de ele quase desmaiar. Com isso ele desejou morrer e disse: Para mim seria melhor morrer do que viver.
9 Mas Deus disse a Jonas: Você tem alguma razão para estar tão furioso por causa da planta? Respondeu ele: Sim, tenho! E estou furioso ao ponto de querer morrer.

  1. Entretanto, no dia seguinte, Deus enviou uma lagarta que atacou a planta e ela secou: v. 7
  2. Deus também enviou um vento quente que, com o sol que batia na cabeça de Jonas, quase fez ele desmaiar: v. 8a
  3. Jonas pede novamente para morrer: v. 8b
  4. O Senhor pergunta se é razoável essa raiva de Jonas, agora devido à planta: v. 9a
  5. Jonas diz que está furioso e quer morrer: v. 9b
  6. O legalismo de Jonas leva ele a acreditar ser superior aos ninivitas.
  7. Como Deus não o atende, ele desiste de viver.

V. O legalismo nos leva a uma inversão de valores

Jonas 4:10,11

10 Mas o Senhor lhe disse: Você tem pena dessa planta, embora não a tenha podado nem a tenha feito crescer. Ela nasceu numa noite e numa noite morreu.
11 Contudo, Nínive tem mais de cento e vinte mil pessoas que não sabem nem distinguir a mão direita da esquerda, além de muitos rebanhos. Não deveria eu ter pena dessa grande cidade?

  1. A planta era um recurso didático de Deus para Jonas: v. 10
  2. Deus instrui Jonas a respeito do Seu caráter misericordioso para com as pessoas: v. 11
  3. Jonas estava invertendo os valores da vida porque não sabia o que era compaixão, misericórdia, graça e amor.
  4. O legalismo de Jonas o fazia pensar que uma planta era mais importante do que a vida de 120 mil pessoas.

Conclusão

1. Ideia principal:

A provação é uma grande oportunidade para abandonarmos o orgulho e assimilarmos o caráter misericordioso de Deus, que pode nos livrar de uma atitude legalista na relação com as pessoas que convivemos.

2. Aplicação:

  • A tribulação é uma grande oportunidades para fazermos um autoexame espiritual.
  • Muitas vezes, Deus nos permite passar pela tribulação, para moldar o Seu caráter em nós.
  • Deus é extremamente misericordioso e assim nós também devemos ser.

Veja o primeiro esboço de pregação do livro de Jonas: O Propósito de Deus na Provação.

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